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| Em casa do avô . 2010 |
« Imagino-o velho. De alguns setenta anos. De cabelos brancos, mãos precisas e óculos de massa rectangulares na ponta do nariz. Imagino-o paciente. Imagino que todos os dias, quando tem de aprisionar o tempo a cadeado, deixa uma parte de si para trás. Sento-me no degrau, debaixo do letreiro já danificado e enquanto passo o tempo à espera, ouço o tempo cantar. Naquele instante o tempo não precisa de conserto. Avança no compasso certo e preciso. »
O tempo avança dia após dia.. E todos julgam estar conformados, estar preparados para o pior. E todos julgam que o tempo os foi moldando. No entanto, quando vem a fraqueza, não há moldes que consigam aguentar firmes o medo de o perder.
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