Cheguei a casa, descalcei os sapatos, sentei.me, debrucei a cabeça sobre os braços cruzados e comecei a ouvir.. A ouvir o coração bater e bater. Já não sabia o que doia mais.. Se os pés dos sapatos novos, se o coração bem cá dentro..
Por muito que tente dar voltas à caixa dos pirolitos, não consigo entender. É um vai e vem que me deixa zonza.. Que me enfraquece de dia para dia. É o olhar ao longe e nada me dizer se devo ir, se devo ficar.. Tanto dás um passo em frente como uma dúzia deles atrás. Tanto usas as palavras e os gestos para me manter do teu lado, como quando mostro a minha presença, saltas por cima daquilo que te dou como se saltasses à corda no meio do recreio. Tanta presença num dia e tanta indiferença no dia seguinte. E eu? Onde é que eu fico? No inicio, no meio, no fim, disto tudo.. Não sei lidar com estas chegadas e partidas diárias.. O meu coração ainda não virou aeroporto..
Se tiveres que ficar, fica.. Mas fica por perto.
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