Relembro com saudade o aproximar do final de cada semana. O aproximar de cada sexta-feira. Para mim, eram sempre dias realmente importantes. Eram sempre dias diferentes de todos os outros. Era o saber que dentro de poucas horas ou minutos, se aproximava o caminho de casa. E, como é bom estar em casa, na nossa verdadeira casa, não é mesmo? Era o saber que ía encontrar o cheirinho a bolinhos, o calor da lareira, o conforto de saber que estava entre aqueles que nunca, mas nunca me deixariam. Era o sentir um calor no ar, mesmo em dias de frio e geada. Era o sentir aquela cumplicidade e união, em cada conversa, em cada presença..
Hoje, resta a saudade.. A saudade de sentir aquilo que sentia, quando se aproximava a sexta-feira. Porque hoje, sente-se a ausência, o clima pesado pelo ar, tudo parece triste, cinzento e escuro. Parece, ou está mesmo.. Todos tentam disfarçar, mostrar um sorriso, transparecer algum ânimo na voz mas, lá no fundo, há sorrisos que não passam de gestos forçados e a voz que não se faz sentir nem ecoar em certas conversas, em certas palavras, em certos assuntos.
Hoje, há temas que não vêm à conversa. Toda a gente pensa neles, toda a gente os sente, mas ninguém fala sobre eles..
Talvez assim, a realidade seja atenuada pelo passar do tempo..
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