Hoje, enquanto lanchava com a minha avó, estávamos a ver um daqueles programas da tarde, em que surgiu uma família, que vive no limiar da miséria. O filho mais velho tem de dormir com o mais novo,já que no seu quarto, chove. A casa é extremamente fria, o que provoca dificuldades de habitabilidade. Como já é normal, foram-lhe oferecidas prendas, que tornem a sua vida um bocadinho melhor: camas, roupa para as crianças, sapatilhas e comida. A senhora, num pranto, já que durante os próximos tempos poderia colocar comida no prato dos seus filhos, e porque estes já teriam roupa para vestir.
Confesso, que fiquei sem apetite quando vi aquela história. Eu que estou habituada a viver numa casa, onde nos queixamos, porque a manteiga é sem sal, e a com sal sabe melhor, ou porque faltam as bolachas favoritas. E aquelas crianças, que só pediam um prato de sopa, e por vezes nem isso teriam.
Foram, entregues umas prendas especiais para as crianças...quando o mais velho a desembrulhou e viu que era aquilo que mais queria, não aguentou as lágrimas...chorou, soluçou e fez chorar maior parte da plateia e a mim.
Como qualquer menino com 12 ou 13 anos, na realidade ele queria uma PSP, algo que esta muito acima das posses dos seus pais.
Percebi, que quando os meus irmãos pediram a Playstation deles, a alegria deles foi diferente. Eles sabiam que a iam ter, mais cedo ou mais tarde, aquele menino, foi a maior surpresa, talvez da vida dele e o seu maior tesouro.
E esta foi a minha lição para o fim de ano. E espero que no meio das minha crises existenciais e futilidades, me lembre sempre do choro daquela criança e das dificuldades pelas quais já passou.
E quantas mais existirão, assim??
Toda a criança, deveria ter o direito de ser criança. E isto, deveria ser mais que um direito, uma lei.
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