terça-feira, 29 de maio de 2012

sábado, 26 de maio de 2012

Sempre, Aqui !

A 'nossa' casa antiga.

 
« Na sala de espera amontoa-se gente com um ar pálido e gasto, mais ou menos como o da roupa que vestem, do calçado que calçam, do cabelo que usam para ornamentar um rosto muito próximo de coisa nenhuma. A ausência de expressão é algo de extremamente forte que assalta algumas pessoas logo após passarem o limiar da tristeza, que também tem fim. É estranha esta ligação, mas muito verdadeira. É ausência no conteúdo, fortaleza no poder de se impor. Ninguém fica triste para sempre, ou durante tempos infinitos. Fica-se triste por períodos determinados, findos os quais o corpo quebra para dar lugar à ausência, à inexpressão, à frieza de rostos que olham sem ver a envolta, demasiada para o que conseguem reter. Trata este estado uma indiferença forçada, arrancada a custo de dentro de corpos sofridos e cansados que a usam em prol de resistirem a dias enormes e sem fim. Enquanto esperava a hora, tiro um café. Dezenas de pessoas de bata branquinha passam nos corredores e sorriem para quem está. Quando entro ele louva-lhes o trabalho. São gente da boa. Já lhe zelaram o corpo, já se ocuparam dos soros, das sondas, dos pensos e dos desperdícios. Para além disso conversaram com ele e disseram-lhe que está a melhorar. Está fino, pronto para outra. Mesmo ao lado um moço muito novo distrai-se no facebook. No piso das senhoras amontoam-se flores e conversas de ânimo. São mais desanimadas elas, têm medo, e escolhem até o que as irá cobrir dentro do leito da morte. O vestido branco, diz-me. A não ser que ele morra primeiro; se assim for, terei de ir de luto. Quis fugir-lhe, confesso, e consciencializei então que o que sabemos ser certo nem sempre se verifica nas nossas emoções. Que as verdades são verdades quando se aplicam a nós e mentiras quando não se aplicam. E ainda que devido a isso, verdades são dados científicos e comprovados com fórmulas matemáticas, tabelas periódicas e tubos de ensaio, e pouco mais do que isso.

( Sim, eu já sabia disto. Mas a nossa pele, por vezes esquecida, acorda quando a sacodem por fora com força.) »

Permanece em mim desde o primeiro dia.
Tal como a saudade.. *

domingo, 20 de maio de 2012








« O perfume que se espraia pela casa. O conforto do aroma promissor de tardes aconchegadas do mundo que nos corrói, a concha em que nos fechamos para ilusoriamente parecer que está tudo bem. Abro a porta do forno desconfiada. Esta que vos escreve desconfia quase sempre dos seus feitos culinários, uma insegurança miudinha que me assalta. Sempre. Estaria bom? Deixo passar o tempo, a espera curiosa. Abro o forno minutos depois e anuncio da cozinha 'Pode não estar bom mas, olha, dei o meu melhor'. Que melhor metáfora para a vida? »

« Há alturas na vida em que precisamos de mudar de (l)atitude. Ter essa coragem. Precisamos sair um bocadinho da nossa zona de conforto e aceitar que o princípio também pode ter fim. Abrir os braços aos recomeços, agradecer por tudo o que temos e desejar que a vida (tão sábia e previdente) nos conduza sempre pelo melhor caminho. É preciso ter humildade para admitir que não estamos sempre certos e que pedir desculpa por erros e falhas é sinal de maturidade e não de fraqueza. E depois deste exercício urge virar a página e seguir em frente.

É que uma mudança, naturalmente imposta por outras mudanças, é um momento de renovação. E para a viver em pleno e aproveitar tudo o que tem para nos dar é preciso parar de olhar para trás, projectar o olhar no horizonte e confiar no que está por vir. Com fé, muita fé. Fé em nós, nos outros e em tudo o que de bom merecemos receber. »

sábado, 19 de maio de 2012

Par-tilha ,


A vida faz-se de partilhas..
E nós, partilhamos tudo.. *
Inclusive, o nosso coração! (...)

Recordações sem fim ,



Tenho em mim uma caixinha de recordações,
forrada com tecido vermelho acetinado,
onde guardo o melhor dele!
O melhor sim,
porque para mim,
ele será sempre o melhor..
.. e o maior.. *


Tenho uma ligeira sensação que o cenário dos próximos dias será precisamente, este!

terça-feira, 15 de maio de 2012

Dia Internacional da Família

Numa altura, em que os valores estão cada vez mais invertidos, encontra-se também o próprio núcleo familiar, em vias de extinção, já que outras prioridades se sobrepõem e já ninguém tem tempo ou paciência para estar com aqueles que (ou que mais deveria) ama.
Não posso, deixar passar este dia, sem fazer o meu próprio tributo à minha família. Não somos perfeitos, cada um com o seu feitio, cada um com os seus argumentos, discutimos, choramos e fazemos imensas birras, mas a união faz a força e com todos a remar para o mesmo lado, conseguimos alcançar o bom porto.
O que para mim são os rituais normais de uma família, já que é esta a realidade que SEMPRE vivi, tem se mostrado cada vez mais um oásis. A hora da refeição, não é só um momento em que seres institivamente se alimentam, levantam os rabos da cadeira e saem; cá em casa, é a hora em que seres humanos, falam do seu dia, conversam sobre temas variados, veêm a novela (sim, é verdade vemos novelas), debatem os problemas de forma nua e crua, sem coxixos pela casa, porque estes também são assuntos de crianças, adolescentes e recém-adultos (é inevitável, o que afeta um, afeta todos), fala-se de como as crianças são feitas (de forma mais ou menos prevertida), trocam-se risos, sorrisos e lágrimas.
Há torneios de matraquilhos, sueca e monopoly, há quem pergunte a matéria, para que se tenha a certeza que ficou tudo na ponta da língua, há discussões em que se dizem "nãos" que cá fora, no mundo de aparências, jamais saem da boca para fora, mas estes obrigam-nos a rever a vida e a melhorá-la.

O que sou a eles o devo, porque me obrigam a avançar, apoiam-me e tiram-me o tapete, quando este é feito do pior material ou já tem demasiado pó, para que possa ser renovado.
Obrigada família, por serem anormalmente unida e (me fazerem) imperfeitamente feliz.

domingo, 13 de maio de 2012

Montanha Russa -



É incrível a capacidade de adaptação que o ser humano tem (ou que é obrigado a ter)! Um dia acordas e o Sol invade o teu quarto de brilho e luz, no dia seguinte olhas pelo canto da janela e tudo em volta é cinzento. Hoje estás na tua casa, sentado no sofá a ver televisão e amanhã, se for preciso, já estás a ver televisão mas num outro canal, numa outra terrinha, de um qualquer país vizinho. Hoje estás num mundo à parte onde tudo é perfeito e daqui a uma hora cais à terra num grande turbilhão. Um dia deitas-te e tens do teu lado todos aqueles que precisas, instantes depois falha-te o chão e ficas impávido a ver o tempo correr e nada podes fazer para os outros prender..

E há duas semanas, era tudo tão diferente.. *

sexta-feira, 11 de maio de 2012

« é que eu sempre vi a vida difícil quando não estavas. às vezes era porque me esquecia das chaves em casa, outras vezes porque já não havia cereais suficientes no pacote para encher uma taça. eu sempre vi a vida difícil quando não estavas e isso fazia-me uma confusão estranha. porque achava que de outra forma tu estarias lá para me abrir a porta, ou para ir rapidamente à mercearia do fundo da rua, ou para me aquecer os pés, ou para me ajeitar o cabelo. mas a vida era difícil quando não estavas porque a vida não é mais fácil quando estás, mas simplesmente aí ela já não me faz confusão de todo. »

Um dia vou ao teu encontro e conto-te tudo o que se passou enquanto não estiveste.. *

Ao meu mundo, por vezes, inverte-se-lhe o ponto gravitacional e fica tudo de pernas para o ar. Quando preciso de estabilidade, alicerces para que fique tudo lindo, direitinho e firme, dá-se um tombo e tiram-me o tapete, chão e tudo o que por baixo houver.
Se precisar de estar direita, mandam-me 2 naifadas: - Toma lá que não tens culpa nenhuma, mas és a que está mais a jeito e vais levar com todo o mal que em mim desabou.
É preciso inverter o ponteiro mais uma vez, porque o que eu neste momento preciso é d eolhar para o meu umbigo e deixar de tentar remediar os males do mundo.

quinta-feira, 10 de maio de 2012

,*

 
 
« The distance is quite simply much too far for me to row
It seems farther than ever before.. »

O sentir falta ,



E hoje em dia, cada vez mais, há tendência para dizer um "Amo-te" em cada linha, um "Adoro-te" em cada frase de um chat, um "Sinto a Tua Falta" a qualquer pessoa e em qualquer circunstância. No entanto, muitas das vezes não conseguimos ter a total percepção do sentido que cada palavra realmente tem.. Até que um dia, sentimos falta de verdade.. E não estou a falar de sentir falta de alguém que não vemos acerca de uma hora mas com quem podemos entrar em contacto a qualquer instante.. Estou a falar de uma outra falta, que sussurra bem cá dentro quando a noite cai e se sente um aperto bem fininho no peito.. Quando se sabe que não estamos com essa pessoa faz imensos dias.. E quando não sabemos ao certo, quantos dias, meses ou anos faltam para a reencontrarmos.

E hoje, sinto a sua falta.. Bem cá dentro.

terça-feira, 8 de maio de 2012

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