domingo, 26 de setembro de 2010

' Desabafos

 
(Tunisia 2010)
Por vezes penso que perdi as forças. Mas nessas alturas, pergunto.me, em que aspecto as perdi.
Porque perder a força, pressupõe haver algo mais forte que nós que nos leva a desistir de algo que queriamos muito e mais do que isso, de algo que precisavamos mais do que muito. É certo que não se trata de perder / ganhar, vitória / derrota. Não falamos de um jogo, não falamos de uma peça que adquirimos numa qualquer loja de conveniência, não falamos de encontrar por aí ou deixar acolá. É tudo muito complexo. É tudo muito mais complexo. Sobretudo, quando se trata do que vai cá dentro. E do que apenas podemos guadar cá dentro. Porque ao nosso lado? Já nada há. Agora, já não se pode falar em desistir ou em perder a força ou seja lá o que for. Porque já nada resta a que nos possamos segurar. Porque já não há aquela luz ao fundo do tunel que brilhava que nem uma luz de presença. Já não há o lado-a-lado, o não precisar de procurar para encontrar porque não fugia de lá, a presença e ausência da própria ausência. Já nada há. A não ser aquilo que está guardado cá dentro e que foi trancado a sete chaves envoltas num delicado sorriso. Apesar de tudo, pensar nele continua a fazê.la sorrir. Tenta por tudo não o fazer. Tenta por tudo manter.se longe. Não ver, não ouvir, nem pensar sequer. Mas em cada minuto de memória livre, ele regressa de qualquer forma.. E de todas as formas. Continua a ser inevitável. E ela, em cada minuto seguinte, pergunta.se.. Até quando? Nem sempre se trata de empenhar todas as suas forças, trata.se também de deixar o tempo passar. Mas.. Deixar passar até quando?.. Até quando..

                Sentimos saudade de certos momentos da nossa vida
              e de certos momentos de pessoas que passaram por ela.

                                                                                                  de (Carlos Drummond de Andrade)



For you, Is it getting better, right?

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