quinta-feira, 13 de setembro de 2012

O brilho da meia praia (...)



Fica a quilómetros de distância, mas vêm.me inumeras vezes à memória.. Não é um dos sítios onde vamos todos os dias ou todos os meses, não é um dos sítios que agora visitamos com a frequência de outrora. Não é um local vizinho ou onde possamos passar qualquer fim-de-semana.. Mas ainda assim, vem.me todos os dias à memória.. Todos os dias dos últimos meses..
Lembro-me tão bem de o ver logo pela manhã levantar-se da toalha cheio de energia, deixar.nos um "até já" e lá ía ele.. Pelo areal fora, com o mar a bater.lhe nos tornozelos até se difundir ao longe no meio do turbilhão de pessoas, do mar e do próprio horizonte.. Só ele sabia coisas daquela praia, daquele mar, daquele sol, como ninguém.. Os segredos, sabia.os todos e quando chegava, lá partilhava connosco tudo o que tinha visto nem que fosse apenas o quão 'refrescante' tinha sido aquele passeio.. Assim passava a manhã e, mesmo sem relógio, conhecia as horas como ninguém. Tinha um sentido de orientação como ninguém.. Pelo meio-dia, quando o sol batia mesmo a direito no sítio onde o esperavamos todos, lá vinha ele ao longe.. Reconhecia.o ao longe.. Reconhecia.o tão bem.. E àquela hora, ele chegava sempre..
 
Até que este ano não chegou.. Àquela hora, ao olhar ao longe sentiu-me um vazio bem cá dentro. Um vazio enorme. Uma sensação de saudade imensa..
 
E é assim que o recordo.. Que todos os dias me lembro dele inúmeras vezes.. Pelo meio dia, com o sol a bater.lhe no olhar, a percorrer aquele areal, quando voltava para nós.. E é a melhor imagem que guardo dele.

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