sábado, 13 de novembro de 2010

' Até já ,


« Saía fogo em forma líquida por entre todas as fendas de solo, até a tempestade que os assolava via as gotas grossas de chuva a queimar-lhes a pele. Desespero, os últimos gritos de aflição de uma vida, a noção do impedimento de viverem felizes para sempre ali.
- Corre, Sofia, vamos procurar um abrigo!
Sofia caiu, chorava tanto que não se conseguia levantar. Filipe transbordava calma, uma calma irritante de não saber o que fazer, a falta de um stress que lhe impusesse uma tomada de decisão. Voltou atrás, levantou Sofia e continuaram a correr de mãos dadas.

Não havia mais solo a pisar, chegaram ao fim do que havia a correr.

- Disseste um abrigo! Um precipício escuro. O que há lá em baixo?
Filipe olhava desanimado o fundo escuro de um mundo que não queria conhecer.
- Não sei o que há.
Olhou Sofia nos olhos, agarrou-lhe a mão com mais força.
- Damos o último beijo? - perguntou Sofia.
- Não. Quero acreditar que ainda vamos dar mais lá em baixo.
Saltaram os dois, desapareceram na escuridão para sempre.

Há quem diga que vivem no centro da Terra.
(É no meio que está a virtude não é...?) »

Necessidade de falar, necessidade de escrever. However, até Domingo.. *

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